quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

VENCER OU VENCER

VENCER OU VERNCER
“No capítulo 7 da epístola aos Romanos, encontramos o grito desesperado de um homem que não conseguia viver à altura dos princípios que conhecia”. Por vezes sentia como que se dentro dele existissem duas pessoas que lutavam entre si para assumir o controle de sua vida. Em repetidas ocasiões ele pensou que talvez não estivesse convertido.
Vem então a pergunta: Por que depois da conversão temos a impressão de que a luta espiritual aumenta? Por que pessoas convertidas sentem vontade de praticar o mal? É possível harmonizar o que sabemos que devemos fazer com aquilo que realmente desejamos praticar?
Veja o drama de Paulo descrito na carta que escreveu aos Romanos: "Porque o que faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum: e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?" (Romanos 7:15-24)
É verdade que enquanto estivermos neste mundo, mesmo sem querer, estaremos sempre filtrando comida para a natureza má. Na realidade a nossa vitória e em conseqüência, a nossa felicidade na vida cristã, dependem de certo modo de aprendermos a conviver com ambas as naturezas. De que maneira? Alimentando a natureza de Cristo e matando de fome a outra. É isso que São Paulo diz quando afirma: "E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências" (Gálatas 5:24).
Nos tempos de Cristo, quando um homem era crucificado, era declarado legalmente executado e morto, mas na realidade continuava vivo na cruz, sofrendo e agonizando. Às vezes os parentes ou amigos vinham à noite escondidos e resgatavam o corpo do executado, cuidavam dele e o homem tornava a viver e muitas vezes voltavam à sua vida de delinqüência e crime.
O que São Paulo está querendo dizer é que temos que manter nossa velha natureza pregada na cruz. Não podemos deixar que ela desça e muito menos devemos cuidar dela ou alimentá-la. - Bem, pastor - você dirá - até quando terei de conviver com essa luta das naturezas?
Enquanto estivermos neste mundo, não há modo de nos livrarmos dela completamente, embora possamos tornar a luta mais leve, deixando de alimentar a natureza má. Podemos manter a natureza má "mortalmente ferida e agonizante", mas jogá-la fora de nosso ser, não é possível.
Mas, graças a Deus, existe uma promessa maravilhosa. O apóstolo São Paulo diz: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormirão, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória (I Coríntios 15:51-54).
Isto não é maravilhoso? Um novo corpo. Sem natureza pecaminosa. Finalmente Deus arrancará a velha natureza de nós e a jogará fora, para sempre. Aí sim, não haverá mais luta, mais conflito interior, mais vontade de pecar. Tornaremos a ser homens com uma só natureza, a natureza de Cristo, perfeita e que se deleita em amar, obedecer e andar nos caminhos de Deus. Enquanto esse dia não chegar, vamos aprender a conviver com a velha natureza, matando-a de fome, desnutrindo-a, asfixiando-a e alimentando constantemente a nova natureza.
Esse foi o segredo que o apostólo Paulo descobriu um dia, alguns anos depois, quando escreveu aos Filipenses dizendo: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai" (Filipenses 4:8).
Ele está falando do alimento da nova natureza, você percebe? Ele tinha descoberto finalmente o segredo da vida vitoriosa. Ele não alimentava mais a velha natureza. A natureza de Cristo tinha assumido agora o controle de sua vida: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gálatas 2:20).
A medida que os anos passaram, a natureza velha de Paulo ficou cada vez mais fraca, de tal modo que quando chegou o momento de sua morte ele exclamou: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" (II Timóteo 4:7 e 8).
Ah! meu querido amigo como é bom ver o final da vida de Paulo!
- Venci - diz ele - consegui, alcancei.
Emociono-me ao pensar em tais palavras. Sabe por quê? Porque isso quer dizer que eu também posso vencer. Também posso ser um vitorioso. É isso mesmo meu amigo. Você e eu também podemos ser vencedores.
Cristo garantiu a nossa vitória na cruz. Ele está bem pertinho de você nas horas de luta. Nos momentos em que você acha que todo mundo o abandonou, que você nunca conseguirá, que você é um fracasso completo. Lembre-se de que Ele está aí, amando-o, perdoando-o, sustentando-o.
Essa pode ser sua experiência. Deus o ajudará a manter cada dia viva a natureza de Jesus.
ORAÇÃOPai querido, estou cansado de lutar e venho a Ti em busca de ajuda. Ajuda-me a alimentar a natureza de Cristo através das coisas que ouço e vejo. Ajuda-me a matar de fome a velha e pecaminosa natureza. Finalmente, dá-me a vitória em Cristo. Em Teu nome. Amém.

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